Na reunião do Conselho Municipal
de Preservação do Patrimônio Cultural e Natural de Ouro Preto (COMPATRI),
realizada no último dia 3 de fevereiro foi a aberto o processo de registro o
oficio de bordadeiras e rendeiras como patrimônio cultural imaterial de Ouro
Preto.
A reunião contou com ampla
presença de praticantes do ofício em Ouro Preto , como membros dos grupos: Associação de Arte, Artesanato, Cultura e
Ofício do Bairro São Cristóvão (AACO); Colcha
de Versos; Mulheres de Fibra; Associação das Senhoras Artesãs (ASA); Arte, Mãos e Flores.
O processo de registro foi
motivado por uma solicitação feita pela AACO para a inscrição do “Artesanato em Renda Marafunda e
outros bordados” no Livro de Registro de Saberes e Celebrações de Ouro Preto. A
AACO tem se destacado no município por suas atividades no conhecimento,
revitalização e difusão da renda marafunda em Ouro Preto.
Reunião do COMPATRI com presença de bordadeiras e rendeiras de Ouro Preto - 03/02/2016 - Foto: João Paulo Martins |
Reunião do COMPATRI com presença de bordadeiras e rendeiras de Ouro Preto - 03/02/2016 - Foto: João Paulo Martins |
Importante ressaltar o fato deste
ser o primeiro processo de registro de patrimônio imaterial proposto junto ao
COMPATRI motivado por uma solicitação dos próprios agentes/detentores de um
bem. O primeiro processo de registro realizado na esfera municipal em Ouro Preto foi
concluído em 2008 (Produção de doces
artesanais de São Bartolomeu), desde então houve mais três registros nesses
últimos 8 anos. É visível como nesse processo houve avanço no entendimento da
ferramenta legal, seu reconhecimento, difusão e salvaguarda por parte dos
grupos envolvidos nas mais diversas manifestações culturais sob a perspectiva
do patrimônio imaterial. O pedido feito pelos agentes torna esse processo ainda
mais significativo na apropriação dos instrumentos legais e empoderamento de
detentores de um bem de cultura popular, sendo positivo, ademais, que este
aspecto receba boa divulgação.
Conforme a tramitação desse tipo
de solicitação, o pedido foi encaminhado para a realização de um estudo
preliminar junto ao PROPAT (Supervisão de Proteção e Pesquisa do Patrimônio
Cultural e Natural). O estudo reconheceu a importância do bem alterando sua
categoria de saber para ofício, expandindo assim o seu reconhecimento para
outras praticantes, linguagens e formas que o saber encontra em nosso
município. O estudo preliminar apresentado pode ser acessado aqui.
A continuidade do processo foi
aprovada por unanimidade pelos conselheiros e foram informadas as etapas
seguintes para a montagem do dossiê e finalmente o reconhecimento do ofício
como patrimônio cultural imaterial de Ouro Preto. Dentre essas etapas
destacam-se os levantamentos de campo que pretendem identificar de forma
exaustiva grupos, associações, coletivos e praticantes autônomos do ofício;
descrição de suas linguagens, técnicas, formas e materiais; espaços e formas de
transmissão do saber; e, por fim a elaboração, junto aos agentes do bem
cultural de estratégias de salvaguarda para o ofício.
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